Forces loyal to Libya's UN-backed unity government gather at the site of a car-bomb attack carried out by an Islamic State (IS) group jihadist at the western entrance of Sirte on June 2, 2016.
According to Libyan officials fighting resumed on June 1 on the outskirts of Sirte between their forces and jihadist during which three pro-government troops had been killed and 10 more wounded. Sirte was the hometown of slain dictator Moamer Kadhafi and, since seizing it in June last year, IS has turned it into a recruitment and training camp / AFP / MAHMUD TURKIA        (Photo credit should read MAHMUD TURKIA/AFP/Getty Images)

O jornalismo destemido do Intercept só é independente graças aos milhares de leitores que fazem doações mensais. Mas perdemos centenas desses apoiadores este ano.

Nossa missão tem que continuar mesmo depois que o último voto for dado nesta eleição. Para manter nossa redação forte, precisamos de 1.000 novos doadores mensais este mês.

Você nos ajudará a revelar os segredos dos poderosos?

SEJA MEMBRO DO INTERCEPT

O jornalismo destemido do Intercept só é independente graças aos milhares de leitores que fazem doações mensais. Mas perdemos centenas desses apoiadores este ano.

Nossa missão tem que continuar mesmo depois que o último voto for dado nesta eleição. Para manter nossa redação forte, precisamos de 1.000 novos doadores mensais este mês.

Você nos ajudará a revelar os segredos dos poderosos?

SEJA MEMBRO DO INTERCEPT

EUA afirmam que novos bombardeios contra EI na Líbia não têm data para acabar

Os bombardeios representam uma intensificação considerável da guerra dos EUA contra o EI. Todos esses ataques ocorreram sem autorização ou mesmo debate no Congresso americano.

Forces loyal to Libya's UN-backed unity government gather at the site of a car-bomb attack carried out by an Islamic State (IS) group jihadist at the western entrance of Sirte on June 2, 2016.
According to Libyan officials fighting resumed on June 1 on the outskirts of Sirte between their forces and jihadist during which three pro-government troops had been killed and 10 more wounded. Sirte was the hometown of slain dictator Moamer Kadhafi and, since seizing it in June last year, IS has turned it into a recruitment and training camp / AFP / MAHMUD TURKIA        (Photo credit should read MAHMUD TURKIA/AFP/Getty Images)

Os EUA iniciaram uma nova campanha militar contra o Estado Islâmico (EI) na segunda-feira (01), quando aviões americanos bombardearam alvos na Líbia atendendo a solicitações do governo líbio, que conta com o apoio das Nações Unidas. Os ataques ocorreram na cidade litorânea de Sirte, tomada pelo EI  em junho do ano passado.

Os bombardeios representam uma intensificação considerável da guerra dos EUA contra o EI, resultando na expansão do conflito em milhares de quilômetros das zonas de guerra na Síria e no Iraque.

Todos esses ataques ocorreram sem autorização ou mesmo debate no Congresso americano.

“Pretendemos atacar o EI onde quer que surjam”, disse Peter Cook, Assessor de imprensa do Pentágono. “A Líbia é um desses lugares”. O assessor de imprensa acrescentou que os ataques “continuarão enquanto forem solicitados pelo governo líbio” e que, “no momento, não têm data para acabar”.

Os EUA planejam há muito tempo expandir a campanha militar à Líbia. Em janeiro, o general Joseph Dunford, presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, disse a repórteres que os EUA vêm se preparando para tomar “medidas militares definitivas contra o EI” na Líbia.

O editor e fundador do Intercept, Glenn Greenwald, ironizou a postura americana em sua manchete: “A intervenção americana na Líbia teve tanto sucesso que a continuação será lançada em breve”.

O conselho editorial do New York Times considerou o plano “profundamente preocupante” e disse que representa o “agravamento de uma guerra que pode se espalhar facilmente por outros países do continente”.

O jornal apoiou a intervenção americana inicial na Líbia em 2011, quando os EUA lideraram os ataques aéreos da OTAN visando a derrubada do ditador líbio, Muammar Gaddafi. Mas após Gaddafi ser violentado e assassinado por uma multidão, o país foi dominado por milícias e anarquistas por anos.

O Presidente Barack Obama considerou a falha de planejamento na derrubada de Gaddafi seu “mais grave erro”, já que milhares de soldados do EI fizeram avanços significativos no país.

Na coletiva do Pentágono de segunda-feira (01), quando Nancy Youssef, repórter do Daily Beast, perguntou se a guerra era legal , Cook respondeu citando uma controversa resolução parlamentar para Autorização do Uso de Força Militar (AUMF) aprovada há 15 anos, logo após o ataque de 11 de setembro.

A resolução AUMF autoriza o uso de força militar contra organizações que “planejaram, autorizaram, cometeram ou auxiliaram os ataques terroristas realizados em 11 de setembro de 2001”. Mas a resolução foi utilizada, tanto por George W. Bush quanto por Barack Obama, para justificar as invasões militares no Iraque, Iêmen, Somália, Síria e em diversos outros países.

O governo americano defendeu que a AUMF de 2001 é também aplicável à guerra contra o EI, embora o EI e a Al Qaeda sejam inimigos entre si. Diversos membros do Congresso, incluindo o candidato a vice de Hillary Clinton, Senador Tim Kaine, defenderam que o governo deve buscar autorização do Congresso para continuar a guerra contra o EI. Tal autorização não obteve apoio do Congresso, que se encontra extremamente polarizado.

Mesmo sem a autorização, é provável que a Casa Branca não houvesse reconhecido qualquer barreira legal ao bombardeio da Líbia. Em 2011, os EUA continuaram a campanha militar no país africano, mesmo após o Congresso rejeitar uma resolução de autorização do uso de força. A Casa Branca chegou a enviar um relatório para o Congresso alegando que os bombardeios liderados pelos EUA não contavam como uma “hostilidade” de acordo com a Resolução de Poderes de Guerra. A Resolução de Poderes de Guerra limita os conflitos não autorizados a um período de 180 dias.

Cook enfatizou que os EUA estão “preparados para realizar mais ataques aéreos”, mas não confirmou detalhes sobre a operação de segunda-feira. Ao ser perguntado se tinha um “número aproximado” de vítimas, o assessor respondeu que “não”.

No ano passado, os EUA também realizaram diversos ataques militares individuais contra alvos do EI na Líbia. Em fevereiro, conduziram um ataque próximo à cidade litorânea de Sabratha, com o objetivo de eliminar o agente secreto do EI, Noureddine Chouchane. Cook descreveu o ataque como “muito bem-sucedido”, mas um dia depois, o governo sérvio anunciou que dois membros de sua equipe diplomática que haviam sido sequestrados morreram no bombardeio.

Traduzido por: Inacio Vieira

Foto principal: Forças militares aliadas ao governo da Líbia se reúnem no local de um ataque de carro-bomba realizado pelo EI em Sirte, em 2 de junho de 2016.

Você sabia que...

O Intercept é quase inteiramente movido por seus leitores?

E quase todo esse financiamento vem de doadores mensais?

Isso nos torna completamente diferentes de todas as outras redações que você conhece. O apoio de pessoas como você nos dá a independência de que precisamos para investigar qualquer pessoa, em qualquer lugar, sem medo e sem rabo preso.

E o resultado? Centenas de investigações importantes que mudam a sociedade e as leis e impedem que abusadores poderosos continuem impunes. Impacto que chama!

O Intercept é pequeno, mas poderoso. No entanto, o número de apoiadores mensais caiu 15% este ano e isso está ameaçando nossa capacidade de fazer o trabalho importante que você espera – como o que você acabou de ler.

Precisamos de 1.000 novos doadores mensais até o final do mês para manter nossa operação sustentável.

Podemos contar com você por R$ 20 por mês?

APOIE O INTERCEPT

Entre em contato

Inscreva-se na newsletter para continuar lendo. É grátis!

Este não é um acesso pago e a adesão é gratuita

Já se inscreveu? Confirme seu endereço de e-mail para continuar lendo

Você possui 1 artigo para ler sem se cadastrar