A crise política que se intensificou no governo após a divulgação do conteúdo de delações de executivos do grupo JBS, em maio, levou Michel Temer a adotar uma estratégia agressiva para se manter na presidência, negociando abertamente cargos e verbas. Denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva no fim de junho, Temer vive agora um momento decisivo: a Câmara dos Deputados analisa se o processo contra ele deve ou não ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em busca de maioria no Congresso, apesar do péssimo desempenho das contas públicas que levou inclusive ao anúncio de um polêmico aumento de impostos, o governo abriu a torneira das emendas parlamentares. No jogo político, elas servem para que o deputado diga a seus eleitores que está sendo responsável por melhorias que estão sendo feitas em suas cidades, seus estados.
Para auxiliar o leitor a acompanhar a votação neste contexto, The Intercept Brasil disponibiliza um gráfico em que é possível acompanhar em tempo real a posição de cada deputado e os valores destinados às emendas propostas por ele nos meses de junho e julho deste ano. Foram levantadas emendas pagas e empenhadas (quando o governo se compromete a liberar a verba futuramente). No primeiro caso, já foram desembolsados neste período R$ 799,8 milhões; no segundo, R$ 3,4 bilhões. Os números se referem a dados de 28 de julho e estão sendo atualizados ao longo das discussões. Especificamente para os 513 parlamentares listados para votar nesta quarta, nestes dois meses foram pagos R$729,3 milhões em emendas e foram empenhados R$3.09 bilhões.
Também é possível verificar o termômetro de votos a favor da denúncia. Para que ela prossiga, serão necessários 342. Outro dado disponível é o voto dos deputados na análise do impeachment de Dilma Rousseff.
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