Com mandado de prisão expedido nesta terça (5) pela Justiça Federal, em decorrência das investigações da Operação Unfair Play, que aponta para a compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse a sede dos Jogos Olímpicos do ano passado, o empresário Arthur Cesar de Menezes Soares, conhecido como “Rei Arthur”, tem entre seus mimos um jatinho avaliado em pelo menos R$ 6 milhões.
Durante as apurações do caso, o Ministério Público Federal (MPF) chegou a uma aeronave modelo Phenom 100, da Embraer, ano 2009, que está registrada em nome da empresa KB Participações LTDA. Na Receita Federal, a firma tem como sócia Eliane Pereira Cavalcante, que também teve a prisão decretada nesta terça e foi apontada como uma espécie de testa de ferro de Arthur Soares.
Em consulta ao site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), The Intercept Brasil confirmou que o avião, com número de série 50000096, prefixo PR-MJD, está em nome da KB Participações. De acordo com o site da Anac, a aeronave tem ordem judicial de sequestro.
Rede de offshores
Na minuta que embasou o pedido de prisão de Arthur e Eliane, o MPF detalha uma grande rede de firmas montadas pelo empresário tanto no Brasil, quanto offshores no exterior, que movimentaram vultuosas quantias em dinheiro.
Segundo os procuradores, um dos votos foi comprado de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo e então membro do Comitê Olímpico Internacional, por meio de seu filho, Papa Massata Diack. O pagamento de 2 milhões de dólares de propina teria partido da empresa Matlock Capital Group, ligada ao “Rei Arthur”.
Também fez parte da operação desta terça a condução do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arhtur Nuzman, para oitiva junto à Polícia Federal.
Segundo os procuradores, “Nuzman foi o agente responsável por unir pontas interessadas, fazer os contatos e azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas do ex-governador do Rio Sérgio Cabral diretamente a membros africanos do COI, o que foi efetivamente feito por meio de Arthur Soares”.
As firmas ligadas ao empresário faturaram pelo menos R$ 3 bilhões em contratos com o governo estadual desde o início da primeira gestão de Cabral.
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