Cinco histórias para restaurar sua fé na humanidade antes do fim de 2017

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Cinco histórias para restaurar sua fé na humanidade antes do fim de 2017

Com o fim do ano chegando, bate uma sensação de cansaço e a reflexão sobre quantas coisas aconteceram ao longo de 2017. Para te ajudar a recobrar as forças e a ver que o ano também guardou boas notícias, The Intercept Brasil reuniu cinco histórias inspiradoras, que ajudam a ir contra a corrente de retrocessos.

1_ BIÓLOGA RECEBE PRÊMIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIA

A comunidade científica brasileira foi a que mais sofreu cortes orçamentários: os investimentos caíram para R$ 3,2 bilhões este ano (R$ 8,4 bilhões em 2014). E o valor programado para 2018 é de R$ 2,7 bilhões.

Esse contexto torna ainda mais importante a vitória da bióloga Fernanda de Pinho Werneck, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Ela foi uma das 15 jovens cientistas selecionadas pelo prêmio internacional “Rising Talents”, da Unesco, que seleciona jovens cientistas.

Formada pela Universidade Federal de Brasília, a goiana de 35 anos busca estimar os riscos de extinção e a capacidade de adaptação de espécies que vivem nas áreas que englobam a Amazônia e o Cerrado brasileiro.

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Pesquisadora Fernanda Werneck, egressa da UnB, recebe prêmio da Unesco.

Foto: Divulgação UnB

2_ PROFESSORA CRIA PROJETO DE VALORIZAÇÃO DA MULHER

Entre os avanços de iniciativas como “Escola Sem Partido”, que tentam vetar a construção do pensamento crítico nas escolas, chama a atenção da professora Gina Vieira, do Centro de Ensino Fundamental nº 12 de Ceilândia, Região Administrativa de Brasília. Ela criou o projeto “Mulheres Inspiradoras”, que busca debater o papel da mulher na sociedade a partir das biografias de dez mulheres reconhecidas pela história (de Anne Frank a Carolina Maria de Jesus, passando por Malala Yousafzai).

A pedagoga de 45 anos conseguiu apoio do governo federal e de organizações internacionais para promover o debate sobre equidade de gênero entre alunos do 9º ano. Apenas em prêmios, o projeto já rendeu ao Centro de Ensino Fundamental nº 12 de Ceilândia mais de R$ 100 mil. Agora, ele será levado para outros 15 colégios da região.

3_ CHEF LANÇA PROJETO DE EMPREGABILIDADE DA POPULAÇÃO TRANS

O grupo minoritário das pessoas trans é um dos mais vulneráveis do país: 79% abandonam os estudos, e a expectativa de vida é de apenas 30 anos. Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, 90% da população recorre à prostituição. E dados da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil apontam que 82% das mulheres transexuais e travestis abandonam o ensino médio pela discriminação na escola ou pela falta de apoio da família.

Para ampliar o acesso dessas pessoas ao mercado de trabalho formal, em novembro, a chef Paola Carosella lançou a primeira turma do projeto de empregabilidade de pessoas trans do Ministério Público do Trabalho, em São Paulo. O curso é fruto de uma parceria com a Organização Internacional do Trabalho, busca oferecer formação profissional básica e auxílio na inclusão no mercado de trabalho através da articulação com empresas.

4_ INAUGURADA CASA PARA LGBTs EXPULSOS DE CASA

Em 2017, cresceu a violência que assola as pessoas comunidade LGBT. Hoje, a cada 25 horas, uma é morta no Brasil. Foi em busca de um espaço de segurança, conforto e amor que o jornalista e militante LGBT Iran Giusti, de 27 anos, idealizou a Casa 1.

A ideia nasceu de uma publicação feita no Facebook em 2015. Iran tinha publicado que disponibilizaria seu sofá-cama para algum jovem LGBT sem lar. Em dois dias, ele recebeu 50 pedidos de abrigo.

A casa atual é um sobrado de dois andares, na capital paulista. Para o plano sair do papel foi feita uma vaquinha e, no início do ano, a casa foi inaugurada.

Acolhe gays, lésbicas, travestis e transexuais que foram expulsos de casa, passaram por violência psicológica ou física, ou em situação de rua. A equipe que mantém a casa também é toda formada por LGBTs.

5_ BIBLIOTECÁRIA CRIA LIVRARIA ESPECIALIZADA EM AUTORAS NEGRAS

As principais afetadas pela desigualdade brasileira são as mulheres pretas ou pardas. A taxa de analfabetismo entre elas é duas vezes maior do que entre as mulheres brancas. Para mudar esses índices, a bibliotecária Ketty Valêncio, de 34 anos, inaugurou em setembro a livraria virtual Africanidades, especializada em autoras negras.

Apesar da especialização, ali também é possível encontrar livros de autores homens, com um recorte que dá destaque aos independentes e pouco conhecidos, que ficam de fora de grandes redes por não gerarem alto lucro. São cerca de 80 títulos no total.

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A bibliotecária Ketty Valêncio abriu em dezembro a loja física da livraria Africanidades.

Foto: Reprodução/Facebook/Ketty Valencio/Fridas Photos e Videos

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