SUVs blindadas e com vidros escuros desfilavam em uma alameda repleta de árvores frondosas, onde um jardim impecável contornava um campo de golfe. Protegidos por uma cerca elétrica, dois homens caminhavam tranquilamente pelo gramado no amanhecer de uma quinta-feira de dezembro. Mais adiante, mansões se escondiam atrás de muros de até quatro metros de altura.
Esse cenário de riqueza no bairro Country Club, comum a qualquer área de classe alta numa cidade próspera, fica em Caracas, capital da Venezuela, um país que sofre com uma série de apagões, onde faltam remédios, combustível, alimentos e papel higiênico e cuja economia encolheu 18% em 2018 após encolher 14% em 2017, de acordo com o FMI. O bairro é um tradicional reduto das oligarquias que dominam o país há séculos, mas sua presença vem diminuindo ao longo das últimas duas décadas. Em seu lugar, uma crescente nova elite de militares e empresários ocupou as casas do Country Club, pagas com os frutos de seus canais privilegiados (e, muitas vezes, corruptos) de negócios com o governo de Nicolás Maduro.
Maduro e seu antecessor, Hugo Chávez, chegaram no poder em 1999 prometendo um governo “bolivariano” que combateria a desigualdade social – e fizeram avanços nos primeiros anos, bancados com lucro do petróleo abundante no país. Hoje, com a economia em queda livre (com um empurrão dos EUA), a Venezuela é o segundo país mais desigual do hemisfério, e a riqueza de muitos chavistas — conhecidos como enchufados e boliburgueses — desmonta a retórica socialista do governo.
No Country Club, o único movimento nas calçadas é o vaivém de jardineiros, empregadas domésticas uniformizadas e equipes de segurança privada que acompanham atentamente qualquer veículo que destoe do padrão da região.
Enchufado quer dizer conectado em português. Mas também é uma gíria, em espanhol, para apadrinhado, uma evidente ironia para classificar essa casta de novos ricos venezuelanos. Já boliburgueses são todos os civis que, graças ao apoio ao regime bolivariano, obtiveram contratos vultosos, operaram esquemas corruptos ou lucraram com especulação financeira para subir na pirâmide social e hoje vivem uma vida bem distante daquela pregada pelo socialismo chavista. Todo boliburgues é um enchufado, mas nem todo mundo que tem boas conexões ficou rico.
Dólares preferenciais geraram lucros obscenos a seus operadores.
“Dois anos atrás, o público estava indiferente sobre os boliburgueses, mas, no ano passado, eu vi uma grande diferença na opinião pública, que agora é absolutamente contra eles”, explica Dimitris Pantoulas, um consultor político radicado em Caracas. “Por causa de seus atos, as pessoas estão sofrendo.”
Juntos com os boliburgueses, muitos militares também fizeram novas fortunas ao lado dos empresários com acesso aos disputados “dólares preferenciais”, vendidos pelo governo por valores inferiores à cotação disponível para a população ou ao câmbio clandestino das ruas do país. Revendidos no mercado paralelo, dólares preferenciais geraram lucros obscenos a seus operadores.
Por cerca de 15 anos, a Venezuela teve um intrincado regime cambial de múltiplas taxas oficiais. Quando Hugo Chávez impôs os primeiros controles cambiais para restringir a fuga de capitais do país, em 2003, o governo criou taxas diferenciadas para empresários e para o público em geral. Esse sistema alimentou e foi alimentado pela corrupção e pela inflação meteórica, o que produziu distorções como o enriquecimento daqueles com um canal direto de acesso aos disputados dólares subsidiados leiloados pelo Banco Central.
A manobra era conhecida desde o início da década, mas detalhes só vieram à tona em 2017, quando os vazamentos dos Panamá Papers revelaram que muitos desses militares e empresários abriam empresas em diferentes paraísos fiscais apenas para simular exportações comprando e vendendo os dólares preferenciais. Eles aumentavam constantemente o preço das transações fictícias para superfaturar valores e ter acesso a ainda mais dólares a preços módicos. Depois, depositavam o dinheiro em paraísos fiscais.
O sistema de taxas subsidiadas vigorou até o início de 2018, quando o governo Maduro anunciou a unificação de todas as taxas oficiais de câmbio. Por 16 anos, a especulação no mercado paralelo foi impulsionada por um detalhe: o controle do governo sobre o valor do dólar tornou as casas de câmbio inúteis, e o dinheiro em papel, mesmo o bolívar, quase não existe – o cenário mudou em janeiro, quando o governo afrouxou o câmbio oficial, e trocar dinheiro nas casas de câmbio voltou a ser vantajoso.
A Venezuela figurou em mais de 241 mil registros do Panamá Papers, o conjunto de arquivos vazados do escritório de advocacia Mossack Fonseca investigado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas. Entre os venezuelanos com contas suspeitas no exterior, estavam ex-funcionários do gabinete do Hugo Chávez.
Venezuelanos diferenciados
Eu passei 20 dias na Venezuela na virada do ano, viajando por dez cidades, e pude testemunhar os contrastes de um país em colapso.
Visitei os shoppings centers de Palos Grandes e Altamira, bairros nobres de Caracas, onde quase não há sinais da crise que levou mais de três milhões de pessoas a deixarem a Venezuela. Também vi caraquenhos revirando lixo em busca de comida na região central da cidade enquanto não há escassez nas gôndolas e carrinhos que fazem fila no caixa dos supermercados dos bairros nobres. Nas compras de uma família que ostentava tênis importados nos pés e celulares de última geração na mão, havia carne, chocolates e fardos de Coca-Cola – cada garrafa custava meio salário mínimo venezuelano, cerca de três dólares em dezembro de 2018.
Às vésperas do último Natal, lojas de grifes internacionais, como Victoria Secret, Zara e Timberland, atendiam a uma clientela exclusiva interessada em produtos importados com preços que representam muitos meses de salário para a maioria da população. “Estamos em uma zona bem localizada, por isso ainda temos um pouco de movimento. É um público diferenciado”, justificou a vendedora de uma loja de cosméticos, que media as palavras para explicar quem ainda tem tanto dinheiro no país.
O consultor Dimitris Pantoulas, que estudou a elite venezuelana por anos, estima que metade da alta-roda local é formada por novos ricos. Números precisos, no entanto, são impossíveis de obter na Venezuela porque parte da renda da elite é de natureza ilícita e porque o governo parou de divulgar dados econômicos detalhados e confiáveis em 2015, alegando que estavam sendo distorcidos pela oposição.
O grupo que tem mais interesse em manter tudo como está é o dos militares.
Os velhos ricos — dinastias centenárias que dominam o país desde sua colonização — sempre formaram o núcleo duro da oposição ao chavismo. Muitos perderam seu patrimônio com expropriações e fugiram do país ao longo dos anos, mas vários ficaram na tentativa de sobreviver ao regime ou de se aproximar de novos governantes e de participar de esquemas de corrupção. Alguns ficaram ainda mais ricos ao lado dos chavistas. “A elite venezuelana mudou significativamente nos últimos 20 anos”, conta Pantoulas.
Todos tiveram que negociar com o governo de uma forma ou outra para continuar operando no país devido ao controle de câmbio. Mas nunca ganharam poder político e, ao perceber a fragilidade do apoio a Maduro, articularam contra o governo para retomar o país (uma realidade semelhante à vivida pela tradicional elite brasileira desde 2013: lucrou com o governo do PT e, ao mesmo tempo, aderiu ao impeachment de Dilma Rousseff).
O grupo que tem mais interesse em manter tudo como está é o dos militares. Eles formam um pelotão importante da elite que consegue manter o conforto enquanto quase 90% da população não tem renda para comprar comida suficiente e sofre com o aumento da violência e da criminalidade. Desde que Hugo Chávez chegou ao poder, a presença de generais cresceu significativamente no Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano.
Ainda em 2002, quando um locaute foi usado para forçar a renúncia de Chávez, a produção de petróleo foi quase totalmente paralisada na PDVSA, provocando perdas bilionárias ao país. Após a justiça decretar a ilegalidade do movimento, o ex-presidente demitiu cerca de 17 mil funcionários da petroleira e os substituiu por “gente de confiança”. Desde então, militares se revezam no comando da exploração de petróleo. Passados 17 anos, ela caiu pela metade, derrubando uma economia que tem na commodity 91% das receitas de exportação.
A queda no preço do petróleo no mercado internacional também contribuiu para o desastre na PDVSA – de 2014 a 2017, o recuo foi de 60%. Quando a cotação estava em alta, Chávez e Maduro aproveitaram a entrada extra de dólares para expropriar empresas que consideravam estratégicas ou eram acusadas de bloquear a distribuição de produtos.
O general do arroz
O chavismo aumentou de 74 para 526 as companhias em que o Estado é dono ou principal acionista, resultado direto das expropriações, segundo levantamento divulgado pela Transparência Venezuela em 2018. Além disso, mais de 5 milhões de hectares de terras passaram para as mãos do Estado, segundo a Federação Agrícola do país. Em 2008, a Venezuela produzia 70% dos alimentos consumidos no país. Agora, só 25%.
Em mais de 2 mil quilômetros de viagem, só foi possível notar produção agrícola de subsistência, em pequena escala e ainda assim pouco diversificada – em geral, plantações de mandioca, banana e meia dúzia de animais de corte.
Os militares comandam setores vitais, como as importações de alimentos e remédios, e dirigem empresas expropriadas. A estratégia vem sustentando Maduro no comando da Venezuela: em troca dos privilégios, os generais têm interesse que o governo fique em pé. São o último bastião de suporte a Maduro. Entre a população mais pobre, outrora pilar do movimento chavista, o apoio ao governo caiu de 40% em 2016 para apenas 18% em fevereiro.
‘Há o general do arroz, o general do leite, da manteiga. É um disparate. O nosso exército tem mais generais que a OTAN’.
A inaptidão dos militares para o gerenciamento econômico ficou cada vez mais evidente ao longo dos anos: poucos meios de produção expropriados pela revolução estão organizados e funcionando, especialmente na área de alimentos – a maioria das indústrias está parada. A produção no campo minguou, as empresas alimentícias foram fechadas, o bloqueio externo reduziu a matéria-prima, e os produtos desapareceram das prateleiras.
Mesmo assim, os militares assumem cada vez mais responsabilidades em diversos setores estatizados da economia, de indústrias de produtos lácteos a fábricas de cimento ou insumos agrícolas. Quando o governo criou o Comando de Suprimento e centralizou completamente as importações de alimentos do país, em 2016, comandantes de todas as patentes foram designados para gerenciar áreas específicas da compra de insumos.
“Há o general do arroz, o general do leite, da manteiga. É um disparate. O nosso exército tem mais generais que a OTAN”, lembra Xabier Coscojuela, jornalista e diretor do portal TalCual, que me conduziu pelas regiões abastadas de Caracas. São cerca de 2 mil generais, a maioria nomeados por um governo onde os militares já chegaram a ocupar quase a metade dos ministérios – hoje, estão em um a cada quatro gabinetes do primeiro escalão.
Tanto poder em uma terra de escassez virou terreno fértil para a corrupção. Um dos casos mais notórios é o do general Néstor Reverol, que foi acusado pela justiça americana e mesmo assim foi nomeado ministro do Interior. Segundo a denúncia, o militar colaborou com narcotraficantes quando dirigia a agência antidrogas da Venezuela, ainda no governo Chávez, informando-lhes antecipadamente sobre as operações. Reverol e o governo negam as acusações. Um ex-chefe de inteligência de alto escalão (também acusado pelo governo dos EUA) que se voltou contra Maduro fez acusações semelhantes em uma recente entrevista ao New York Times. Há muitos outros casos em que militares venezuelanos aparecem envolvidos em graves suspeitas de desvios de produtos, cobrança de propinas e contrabando de combustível.
Gozando de tantos privilégios, é natural que a caserna tenha se mantido leal ao governo e, salvo raros levantes e as deserções recentes, não dê sinais de que irá reconhecer a autoridade do autoproclamado presidente Juan Guaidó em sua tentativa de derrubar Nicolás Maduro com apoio dos EUA. Pelo contrário: o regime e seus militares dão mostras cada vez mais claras de que seguirão usando a força contra opositores e jornalistas. Desde o começo de 2019, já são mais de 40 mortes em protestos e 850 prisões, incluindo 77 crianças, segundo o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Polícia e forças de segurança são alvos de diversas acusações de violação dos direitos humanos.
Remédios racionados e iates de luxo
A classe média venezuelana não escapa da crise. Mesmo quem possui uma boa casa e um carro na garagem tem cada vez menos a ostentar: água, alface, arepa (um tipo de pão feito de farinha de milho), tomate e salsichas era tudo que um casal de aposentados tinha na geladeira quando me recebeu.
Bethzaida e Silvio Santamaria, ambos com 64 anos, levavam uma vida estável em Ciudad Bolívar, leste venezuelano, até a crise se agravar. Viram toda a família emigrar para Equador, Colômbia, Espanha e Brasil. “Minha casa, no Natal, tinha mais de 20 pessoas. Agora, serei eu, meu companheiro e você”, me disse a matriarca. Ela não tem dúvidas quando perguntei quando sua vida mudou: “Há 20 anos”, respondeu, numa referência à chegada de Chávez ao poder.
“Ainda tenho ajuda externa, dos filhos que me mandam 50 dólares por mês, mas tem gente aqui do lado sem comer”, lamentou Bethzaida. A ajuda da família não é suficiente para evitar que a aposentada adote contingências cruéis. “Tive de partir ao meio as pílulas de uma medicação para evitar AVC pois não sabia quando chegaria a próxima remessa. Graças a Deus, meu hermanito me trouxe da fronteira com o Brasil, e agora sei que posso tomar a dose correta.” O remédio sumiu das farmácias venezuelanas. Quando volta ao mercado, custa um valor que os Santamaria não têm como pagar.
Bem longe dali, no litoral caribenho da Venezuela, outra casta de privilegiados aproveita as delícias da vida luxuosa. “Há dias em que se pode contar sete tons de azul na água”, conta, orgulhoso, o guia do Parque Nacional de Morrocoy. Todos ali dizem que os cayos, pequenas ilhas próximas à costa, têm as praias mais lindas da região. Mas os turistas sumiram. O cenário só não está deserto porque os ricos venezuelanos aparecem nas folgas.
Sob o sol caribenho, eles desfilam iates de 40 pés (12 metros), com capacidade para seis pessoas e autonomia para chegar a Aruba e Curaçao. Essas embarcações podem chegar a custar até 600 mil dólares e são as preferidas dos boliburgueses que curtiam a praia na virada de ano que antecedeu a mais prolongada crise política no país em duas décadas de chavismo.
‘Antes, essas praias eram tomadas de gringos’.
“Não é segredo para ninguém. Essas pessoas conseguem licitações e contratos para negociar produtos do governo e fazem a fortuna que depois é gasta aqui”, relata Pier Gramaglia, italiano radicado há mais de 20 anos na Venezuela e proprietário de uma pousada em Chichiriviche, balneário chique ao lado do Morrocoy.
“Antes, essas praias eram tomadas de gringos, estavam sempre full. Agora, só vêm uns poucos venezuelanos, a maioria deles esses rapazes de 20 e poucos anos que estacionam suas caminhonetes e nem perguntam quanto custa a bebida”, conta Edwin Urbina, dono de duas lojas de conveniência que estavam às moscas em pleno réveillon.
Pequenos poderes em um país faminto
Nem só de opulência e ostentação vivem os enchufados. Cada pequeno espaço de poder é uma chance de ganhar vantagem e garantir a sobrevivência entre os privilegiados dopaís.
Poucos dias antes do Natal passado, Maduro apareceu em rede de TV para anunciar a distribuição de “20 mil toneladas de pernil”, visando garantir que as 16 milhões de pessoas cadastradas no programa de distribuição de alimentos do governo, o Clap, tivessem o tradicional alimento na ceia. Mas nem mesmo nos bairros mais pobres, como Petare, uma das maiores favelas da América Latina, a promessa foi cumprida. “Já não temos luz, a água vem quando quer e nem mesmo o pernil prometido chegou. Não temos nada”, me disse um mecânico à porta de uma oficina do bairro.
Situação muito distinta da vivida pela família Rodríguez, em Valência, a cerca de 170 quilômetros de Caracas. Na casa do coordenador do Ministério da Educação na cidade – um antigo polo industrial que assistiu à debandada de três grandes montadoras de veículos e uma avalanche de 10 mil trabalhadores desempregados –, o pernil prometido pelo governo chegou inteiro. E com mais de três quilos, importado de um frigorífico de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
‘Nada en los bolsillos?’, insistiram os soldados.
“A maioria das famílias só teve acesso a um pedaço de carne ou sequer o recebeu. Mas meu pai, por ser filiado ao PSUV (o partido chavista), acabou tendo preferência”, conta, constrangida, a jovem Araima Rodriguez. Aos 33 anos, ela compara sua vida ao filme “Adeus, Lênin!”, onde um filho tenta esconder da mãe que o Muro de Berlim havia ruído.
Declaradamente de oposição ao regime chavista, Rodriguez precisa conter suas opiniões durante a ceia de Natal, que compartilhei a convite da família. Os pais dela são comunistas históricos e francos defensores da revolução bolivariana. “Na situação em que estamos, obviamente não podemos recusar. Mas é assim que as coisas funcionam na Venezuela”, ela me contou, aos sussurros.
Enquanto tenta capitalizar apoio interno diante do explícito interesse dos Estados Unidos, do governo brasileiro e de mais de 50 países em sua deposição, Maduro afaga os militares. Durante todo o mês de janeiro, o presidente passou em revista às tropas, participou de exercícios por terra, ar e mar e tentou elevar o moral de seus comandados. O ânimo nos postos de controle da Guarda Nacional Bolivariana espalhados pelas estradas do país, no entanto, está baixo.
A cada 100 quilômetros há pelo menos uma unidade. Ser parado, revistado ou achacado é uma questão de sorte e, após rodar por duas semanas pelo país em ônibus, motos e táxis, enfim chegou a minha vez: faltando menos de 15 quilômetros para entrar no Brasil, no último posto de controle antes da fronteira, o carro em que eu viajava foi abordado.
Ao perceberem a presença de um brasileiro entre os viajantes, imediatamente fui chamado para a revista das bagagens, seguida de um interrogatório. Com os arquivos das entrevistas devidamente escondidos, os militares revisam meu equipamento fotográfico. Sem encontrarem nada, fui levado a uma pequena sala escura e totalmente fechada às margens da rodovia.
“Nada en los bolsillos?”, insistiram dois jovens soldados de fuzil a tiracolo e uma postura intimidatória. Nego por duas vezes e demoro a entender o objetivo. Quando estava quase totalmente sem roupa para a revista, o guarda enfim é mais direto: “É Ano Novo. Não tem nenhum presente para nos deixar? Sabe que a coisa está difícil por aqui”.
Sorri constrangido, desejei-lhes boa sorte e fui embora.
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