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Leandro Demori

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Não tem “mas”

Quando alguém agride um jornalista ao vivo em um dos maiores programas de rádio do país, não tem "mas".

Não tem "mas"

Não tem “mas”. Quando alguém agride um jornalista ao vivo em um dos maiores programas de rádio do país, não tem “mas”. Quando essa agressão acontece com certeza de impunidade, não tem “mas”. Quando o apoio de parte da população ao espancamento de jornalistas se torna assim visível, não tem “mas”.

Jornalistas da Turquia me chamam pra conversar e me dizem que nós somos a Turquia de amanhã. Eu não quero acreditar e eles riem, servem mais um pouco de cerveja e me olham com certa pena: “Começou assim, e hoje temos mais de 100 jornalistas presos”.

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Não tem “mas” porque a minha vida foi devassada depois que começamos a denunciar o governo Bolsonaro e o projeto de poder de Sergio Moro. Fui filmado na rua. Minha mulher e meu filho foram filmados na rua. Ando com gente armada comigo todos os dias, destruindo minha privacidade, meu prazer pelas coisas pequenas. Pensa nisso. Não é sobre mim, não é sobre nós jornalistas. Não tem “mas”.

Estamos mexendo com gente perigosa. É hora de proteger o que nós – todos nós – ainda temos de mais valioso nesse país.

Tem gente aplaudindo lá fora, tem gente acendendo tochas. Tem gente que aplaude quando o sangue escorre e você vem com “mas”. “Mas vocês são muito combativos”, “mas porque vocês mexem com esses caras”, “mas vocês aceitaram ir ao programa”, “mas vocês aceitaram debater com fulano”… “mas vocês sabiam que isso poderia acontecer”. Mas, mas, mas. “Mas vocês merecem”.

Não. Não tem mas.

Ou sentamos o pé no horror, ou o horror vai nos devorar vivos. O jogo mudou, mas tem quem ainda não tenha entendido.

Não tem mas, porque não pode ter mas.

JÁ ESTÁ ACONTECENDO

Quando o assunto é a ascensão da extrema direita no Brasil, muitos acham que essa é uma preocupação só para anos eleitorais. Mas o projeto de poder bolsonarista nunca dorme.

A grande mídia, o agro, as forças armadas, as megaigrejas e as big techs bilionárias ganharam força nas eleições municipais — e têm uma vantagem enorme para 2026.

Não podemos ficar alheios enquanto somos arrastados para o retrocesso, afogados em fumaça tóxica e privados de direitos básicos. Já passou da hora de agir. Juntos.

A meta ousada do Intercept para 2025 é nada menos que derrotar o golpe em andamento antes que ele conclua sua missão. Para isso, precisamos arrecadar R$ 500 mil até a véspera do Ano Novo.

Você está pronto para combater a máquina bilionária da extrema direita ao nosso lado? Faça uma doação hoje mesmo.

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