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Em entrevista de emprego, Facebook exigiu ‘fit cultural’ de mulher negra com doutorado

'Você não iria gostar desse trabalho', afirma ter ouvido a candidata. O Facebook tem apenas 3,9% de funcionários negros e está sendo investigado por uma comissão federal dos EUA.

Imprensa e convidados confraternizam antes da tour nos novos escritórios do Facebook em Cambridge.

Uma mulher negra foi preterida em uma seleção de emprego no Facebook, embora excepcionalmente qualificada para o cargo, conforme queixa apresentada na Comissão de Oportunidades Igualitárias de Emprego dos EUA (EEOC) à qual o Intercept teve acesso. Ela foi entrevistada somente por funcionários brancos, ouviu dos recrutadores que não iria gostar do trabalho e que a empresa buscava alguém com “fit cultural” forte [“encaixe” ou “adequação” à cultura da empresa, no jargão dos discursos organizacionais].

A candidata à vaga se soma a três outras pessoas que recentemente prestaram queixas de racismo contra o Facebook na EEOC. A comissão iniciou uma investigação “sistêmica” da empresa para averiguar se as políticas da organização contribuem para a discriminação, conforme noticiado pela Reuters no início deste mês.

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A queixa soma-se a inúmeras evidências de que as grandes empresas do Vale do Silício não estão diversificando seus quadros de funcionários – de maioria branca e asiática – rápido o bastante, especialmente em posições técnicas e gerenciais com altos salários. O relatório mais recente do Facebook sobre diversidade, publicado em julho de 2020, informou que apenas 3,9% de seus funcionários nos EUA eram negros, enquanto 6,3% eram hispânicos. O Google divulgou que em 2020 sua equipe nos EUA era 5,5% negra e 6,6% latina e, como o Facebook, enfrentou reiteradas acusações de práticas racistas, incluindo – somente na semana anterior a esta reportagem – não priorizar candidatos de faculdades e universidades historicamente negras e recomendar a quem reclama de racismo que busque tratamento psicológico.

A mulher cujos advogados compartilharam a queixa com o Intercept – sob a condição de que a candidata não fosse identificada – alega que em 2020 foi “submetida ao padrão ou prática de discriminação do Facebook contra candidatos negros” ao longo de uma série de entrevistas para um cargo gerencial. Na queixa, registrada em dezembro do ano passado, ela afirma que sua experiência anterior e o título de doutora diretamente relacionado ao trabalho a tornavam especialmente apta para a vaga de gerente de parcerias e programas do setor de Parcerias de Impacto Global do Facebook. Acrescenta ainda que sua experiência e formação só foram mencionadas em uma entrevista, com o gerente de contratação do cargo, que teria dito a ela: “Você tem um cérebro grande, não iria gostar desse trabalho”.

“Acreditamos que é essencial proporcionar um ambiente de trabalho respeitoso e seguro a todos os funcionários”, afirmou o porta-voz do Facebook, Andy Stone, ao The Intercept. “Levamos a sério qualquer alegação de discriminação e investigamos todos os casos”, completou.

Na queixa, a candidata diz que passou pelo processo de triagem inicial e foi convidada a novas entrevistas, culminando em uma rodada de reuniões presenciais com funcionários brancos do Facebook em San Francisco, Califórnia, durante as quais ela “sentiu que os entrevistadores não estavam priorizando suas entrevistas porque todas pareciam apressadas, depois de fazê-la esperar por várias horas”. Ela também aponta na queixa que não foi entrevistada por nenhuma pessoa negra e que “a única funcionária negra do Facebook que [ela] encontrou durante todo o processo de contratação foi uma recepcionista”.

A candidata alega que durante uma das entrevistas presenciais na Califórnia lhe foi dito: “Não há dúvida de que você pode fazer o trabalho, mas estamos realmente procurando alguém com fit cultural”. O termo [em inglês, culture fit] é comum na cultura corporativa das empresas de tecnologia, geralmente descrito como a qualidade de contratar pessoas com quem você gostaria de sair socialmente ou tomar uma cerveja. No entanto, o conceito é muitas vezes criticado, sendo apontado como eufemismo para discriminação racial ou de gênero e uma forma de as empresas driblarem acusações de viés em suas contratações. Dada a esmagadora homogeneidade racial das empresas de tecnologia americanas – e a crença generalizada de que elas exigem algum tipo de visão comum do futuro tanto quanto qualquer habilidade técnica –, determinar o que é a “cultura” em questão ou como alguém pode “se encaixar” nela pode ser impossível se os candidatos não se parecerem com os fundadores ou a equipe de uma empresa.

A queixa da mulher rejeitada à vaga menciona que a “política geral de discriminação contra candidatos negros” da empresa é construída em parte sobre “a forte atenção do Facebook ao ‘fit cultural’ na contratação, sem fornecer orientação objetiva o suficiente para gerentes e outros funcionários sobre como determinar quais candidatos e funcionários terão um bom ‘fit cultural’”.

Em outras três queixas recentes recebidas pela EEOC contra o Facebook, há alegações semelhantes de que a empresa confiava no fit cultural e na avaliação de funcionários brancos e asiáticos para determinar a seleção. Elas foram apresentadas pelo funcionário do Facebook Oscar Veneszee Jr. e por duas outras pessoas que se candidataram e foram rejeitadas para vagas na empresa. Os quatro são representados pelos escritórios de advocacia Gupta Wessler PLLC, Katz Marshall & Banks e Mehri & Skalet.

Tradução: Ricardo Romanoff

Temos uma oportunidade, e ela pode ser a última:

Colocar Bolsonaro e seus comparsas das Forças Armadas atrás das grades.

Ninguém foi punido pela ditadura militar, e isso abriu caminho para uma nova tentativa de golpe em 2023. Agora que os responsáveis por essa trama são réus no STF — pela primeira e única vez — temos a chance de quebrar esse ciclo de impunidade!

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