A quinta-feira é um dia triste para os fãs de Sergio Moro, que deve desistir da candidatura à Presidência e concorrer a deputado federal por São Paulo. O ex-juiz está em vias de trocar o Podemos pelo União Brasil. A notícia abalou fortemente seus apoiadores, principalmente os do Movimento Brasil Livre, que apostava todas as suas fichas no candidato da “terceira via”.
Às 9h54 da manhã desta quinta, Renan Santos, um dos líderes do MBL, enviou uma mensagem em seu grupo no Telegram (sim, ele tem um grupo que leva o nome dele, com 8,5 mil seguidores): “Mano, pqp, aparentemente Moro virá para o União para sair como deputado federal. Que zona essa eleição tá virando…”
“Nossa”, “que merda”, “não é possível”, respondem outros membros, desolados com a desistência do herói anticorrupção. O grupo se divide, porém, quando o assunto é qual candidato será apoiado. Alguns dizem que vão votar em Ciro Gomes, do PDT. Outros já declaram voto em André Janones, do Avante.
Uma hora depois, Renan envia outra mensagem: “Vocês me viram falando que precisávamos de uma linha de defesa contra Lula e Bolsonaro. Pois bem… com Moro e a gente juntos no mesmo local e chapa, o desenho fica claro”.
Suprema ironia, após tentar se afastar de Arthur do Val, o Mamãe Falei, após as falas machistas e ofensivas sobre mulheres da Ucrânia, Moro e ele podem acabar no mesmo partido para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Isso, claro, se do Val não for cassado pelo que falou.
Também entraria areia na chapa dos sonhos do MBL, que teria Moro candidato a presidente, Kim Kataguiri candidato à reeleição de deputado federal e o atual vereador em São Paulo Rubinho Nunes na disputa para deputado estadual. Se Moro baixar suas ambições, como 99% do mundo político acredita, e aceitar disputar uma cadeira na Câmara por São Paulo, ele passaria a ser adversário de Kataguiri.
Em um vídeo intitulado “Acabou”, publicado no canal do MBL ainda nesta manhã, Renan lamentou: “A gente já sabia que a terceira via estava fraquinha, mas falamos: ‘Vamos com Moro até o fim, mesmo que for para perder'”.
Parece mesmo que o MBL vai perder. Bastante.
JÁ ESTÁ ACONTECENDO
Quando o assunto é a ascensão da extrema direita no Brasil, muitos acham que essa é uma preocupação só para anos eleitorais. Mas o projeto de poder bolsonarista nunca dorme.
A grande mídia, o agro, as forças armadas, as megaigrejas e as big techs bilionárias ganharam força nas eleições municipais — e têm uma vantagem enorme para 2026.
Não podemos ficar alheios enquanto somos arrastados para o retrocesso, afogados em fumaça tóxica e privados de direitos básicos. Já passou da hora de agir. Juntos.
A meta ousada do Intercept para 2025 é nada menos que derrotar o golpe em andamento antes que ele conclua sua missão. Para isso, precisamos arrecadar R$ 500 mil até a véspera do Ano Novo.
Você está pronto para combater a máquina bilionária da extrema direita ao nosso lado? Faça uma doação hoje mesmo.