Criado em bairros marginalizados de Fortaleza, Don L é um revolucionário. Com seus discos, a trilogia “Roteiro Para Aïnouz”, o rapper cearense se desprende do passado colonial e reconta a história brasileira apresentando um novo futuro, possível e coletivo. “Tudo começa quando a gente sai de um estado de não conseguir mais imaginar um mundo novo possível”, ele disse. “Se a gente não conseguir nem imaginar, como que a gente vai construir?”.
Para Don, arte e política são indissociáveis, especialmente no rap. A questão, ele aponta, é se o artista escolhe trabalhar isso de maneira consciente ou não. Por escolher ser consciente sobre o que representa politicamente, Don L é o segundo entrevistado do PPRT, série de conversas sobre política, cidadania e arte do Intercept.
Em um papo sobre desmonte das instituições brasileiras, avanço da extrema-direita, mito da democracia racial, a possibilidade de um novo governo Lula e a necessidade de organização popular contra as limitações da democracia burguesa, Don explica seu papel de “o terror dos Bandeirantes” – uma alegoria construída em “Vila Rica”, segunda faixa de seu último disco.
As entrevistas do PPRT serão publicadas ao longo do mês de setembro, sempre às quintas-feiras.
JÁ ESTÁ ACONTECENDO
Quando o assunto é a ascensão da extrema direita no Brasil, muitos acham que essa é uma preocupação só para anos eleitorais. Mas o projeto de poder bolsonarista nunca dorme.
A grande mídia, o agro, as forças armadas, as megaigrejas e as big techs bilionárias ganharam força nas eleições municipais — e têm uma vantagem enorme para 2026.
Não podemos ficar alheios enquanto somos arrastados para o retrocesso, afogados em fumaça tóxica e privados de direitos básicos. Já passou da hora de agir. Juntos.
A meta ousada do Intercept para 2025 é nada menos que derrotar o golpe em andamento antes que ele conclua sua missão. Para isso, precisamos arrecadar R$ 500 mil até a véspera do Ano Novo.
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