O Intercept lança nesta quinta-feira, dia 17, o minidocumentário “Brasil em Transe”, um registro independente sobre o eleitorado brasileiro durante a disputa presidencial que botou em xeque o sistema democrático do país. Ao longo dos três meses, seis repórteres percorreram ruas de cidades no estado de São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal para saber o que pensam (e o que ignoram) dezenas de eleitores de Lula e Jair Bolsonaro.
Encontramos pessoas de diferentes classes sociais, gêneros e raças em lugares que vão desde um depósito de paletes no interior de São Paulo, até um comício de campanha de Bolsonaro no Rio. Apesar das mais divergentes visões e histórias que ouvimos, em comum, todos traziam um sentimento à tona: o medo.
Mas o que provoca medo entre lulistas e bolsonaristas é tão radicalmente diverso quanto a percepção que eles têm sobre a realidade.
Entre os apoiadores do petista, o medo é de ser agredido na rua por simplesmente usar um lenço vermelho e manifestar sua liberdade política, resguardada pela Constituição. Entre os eleitores de Jair, o medo é baseado na paranoia de que Lula vai transformar o Brasil em uma ditadura comunista e perseguir cristãos.
Ao longo desses meses, conversamos com cidadãos que relativizaram a incompetente gestão do governo Bolsonaro da pandemia de covid-19, que culminou em quase 700 mil mortes no país. E gente que, assim como o presidente, nega momentos cruéis da história recente, como a ditadura militar – que assolou o Brasil entre 1964 e 1985 – e temas que sangram na nossa sociedade, como o racismo.
O documentário retrata também a tensão que dominou os eleitores durante a apuração final das eleições, em 30 de outubro, e o choro que brotou com o resultado das urnas. Choro que, para alguns, foi de frustração, mas para a maioria, de libertação.
JÁ ESTÁ ACONTECENDO
Quando o assunto é a ascensão da extrema direita no Brasil, muitos acham que essa é uma preocupação só para anos eleitorais. Mas o projeto de poder bolsonarista nunca dorme.
A grande mídia, o agro, as forças armadas, as megaigrejas e as big techs bilionárias ganharam força nas eleições municipais — e têm uma vantagem enorme para 2026.
Não podemos ficar alheios enquanto somos arrastados para o retrocesso, afogados em fumaça tóxica e privados de direitos básicos. Já passou da hora de agir. Juntos.
A meta ousada do Intercept para 2025 é nada menos que derrotar o golpe em andamento antes que ele conclua sua missão. Para isso, precisamos arrecadar R$ 500 mil até a véspera do Ano Novo.
Você está pronto para combater a máquina bilionária da extrema direita ao nosso lado? Faça uma doação hoje mesmo.