Vozes

É AGORA OU NUNCA!

Se Bolsonaro e seus aliados militares escaparem da justiça, a ameaça de um novo golpe sempre existirá.

Estamos mais perto do que nunca de romper esse ciclo de abusos – e seu apoio é fundamental!

Torne-se um doador do Intercept hoje mesmo, a partir de R$ 25, e vamos lutar juntos para que os golpistas nunca mais voltem ao poder!

QUERO DOAR

É AGORA OU NUNCA!

Se Bolsonaro e seus aliados militares escaparem da justiça, a ameaça de um novo golpe sempre existirá.

Estamos mais perto do que nunca de romper esse ciclo de abusos – e seu apoio é fundamental!

Torne-se um doador do Intercept hoje mesmo, a partir de R$ 25, e vamos lutar juntos para que os golpistas nunca mais voltem ao poder!

QUERO DOAR

Por que devemos escrever sobre o caso Marielle

Investigar o mais importante atentado político de nossa história recente segue sendo uma missão minha e de meus colegas no Intercept.

*ARQUIVO* SÃO PAULO, SP, 20.03.2018 - Lambe-lambe em homenagem a vereadora Marielle Franco (PSOL) em escadaria na rua Cristiano Viana, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

O caso Marielle

Parte 24

Marielle Franco virou um símbolo internacional após seu assassinato no dia 14 de março de 2018. Com os olhos do mundo no Rio de Janeiro, todos estão perguntando: #QuemMandouMatarMarielle? E por quê?


*ARQUIVO* SÃO PAULO, SP, 20.03.2018 - Lambe-lambe em homenagem a vereadora Marielle Franco (PSOL) em escadaria na rua Cristiano Viana, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)
Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Este texto foi publicado originalmente na newsletter do Intercept. Assine. É de graça, todos os sábados, na sua caixa de e-mails.

Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados na data em que minha filha, uma menina negra, chegou aos 12 anos de idade. Li a notícia quando me preparava para dormir. Fiquei chocado, mas ainda não tinha vislumbrado a dimensão daquele fato.

Não conhecia Marielle. Passei o dia seguinte na redação em que trabalhava pesquisando sobre sua trajetória, lendo seus discursos e projetos. No fim da tarde, fui a um protesto na Avenida Paulista contra o covarde atentado.

Ainda hoje consigo acessar o mal-estar que senti e que parecia dominar todos à minha volta. Era possível tocar o desânimo. Todos sentíamos uma tristeza pelas vítimas e por nós, enquanto gritávamos palavras de ordem ao vento. Se uma mulher negra a exercer o mandato de vereadora na cidade mais famosa do Brasil não estava minimamente protegida da violência, então todos nós também estávamos vulneráveis. Minha filha estava vulnerável. A obviedade me assusta até hoje.

Você possui 1 artigo para ler sem se cadastrar

Outra anotação óbvia: ao atirar em Marielle, o assassino ceifava toda sua potência, tudo que ela poderia alcançar, tudo que ela trazia de novo como liderança ao dar os primeiros passos na política. Passamos a olhar todos seus discursos, suas ações, seus gestos, com uma frustração doída.

Certas fotos em que Marielle sorri nos remete a esse lugar incômodo. Que futuro ela poderia nos oferecer como figura política? A gente pode especular. Nunca iremos saber. Você olha para aquele sorriso largo, para aquela mulher bonita e altiva, e fica alegre até se dar conta de que ela foi assassinada. Nos roubaram muita coisa com a morte de Marielle. É por essa razão que considero o atentado de 14 de março de 2018 o mais importante homicídio político da nossa história recente.

Escrevo sobre o caso Marielle desde então, assim como vários outros colegas. Publiquei reportagens sobre erros da investigação e os suspeitos de serem os mandantes. Tento não cair em demagogia. Escrevo sobre o atentado, não falo em nome dela. Quem pode falar por Marielle são as pessoas que a amaram em vida: sua esposa, sua mãe, sua filha, sua irmã, seu pai e seus amigos.
 
Semana passada publicamos mais uma reportagem que mostra que a Câmara do Rio tem muita coisa a esconder sobre o atentado e suas relações escusas com milicianos. Continuarei, com ajuda de repórteres como minha colega Carol Castro, a investigar o que aconteceu. É o que nos cabe aqui no Intercept. É a homenagem que podemos prestar à memória de Marielle. E é o que posso fazer como pai de uma mulher negra.

Temos uma oportunidade, e ela pode ser a última:

Colocar Bolsonaro e seus comparsas das Forças Armadas atrás das grades.

Ninguém foi punido pela ditadura militar, e isso abriu caminho para uma nova tentativa de golpe em 2023. Agora que os responsáveis por essa trama são réus no STF — pela primeira e única vez — temos a chance de quebrar esse ciclo de impunidade!

Estamos fazendo nossa parte para mudar a história, investigando e expondo essa organização criminosa — e seu apoio é essencial durante o julgamento!

Precisamos de 800 novos doadores mensais até o final de abril para seguir produzindo reportagens decisivas para impedir o domínio da máquina bilionária da extrema direita. É a sua chance de mudar a história!

Torne-se um doador do Intercept Brasil e garanta que Bolsonaro e sua gangue golpista não tenham outra chance de atacar nossos direitos.

Apoie o Intercept Hoje

Inscreva-se na newsletter para continuar lendo. É grátis!

Este não é um acesso pago e a adesão é gratuita

Já se inscreveu? Confirme seu endereço de e-mail para continuar lendo

Você possui 1 artigo para ler sem se cadastrar