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'Como um fodido como eu ganha a eleição?': Jair Bolsonaro confessa golpe em reunião com ministros

Jair Bolsonaro confessa que tentaria um golpe de estado em reunião com ministros. Veja o vídeo na íntegra.

'Como um fodido como eu ganha a eleição?': Jair Bolsonaro confessa golpe em reunião com ministros

Jair Bolsonaro nunca escondeu suas pretensões autoritárias e articulou um golpe de estado para se manter no poder, contrariando a vontade popular.

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Em 5 de julho de 2022, três meses antes das eleições, o então presidente se reuniu com seu ministério e detalhou, por meio de seu linguajar chulo e pedestre, os seus planos para se tornar um ditador. E, num raro instante de autocrítica, admitiu ser o fascista incapaz que sempre foi:

“Como é que eu ganho uma eleição, um fodido como eu? Deputado do baixo clero, escrotizado dentro da Câmara, sacaneado, gozado, uma porra de um deputado”.


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A gravação da reunião é uma das provas apresentadas pela Polícia Federal na investigação sobre a tentativa de golpe orquestrada por Bolsonaro. O ministro do STF Alexandre de Moraes tornou o vídeo público.

Veja com seus próprios olhos um fascista desesperado para se manter no poder.

QUEM É QUEM NO GOLPE

Cúpula militar – Segundo relatório da PF, oficiais de alta patente usaram sua influência para incitar apoio aos núcleos do golpe e endossar ações a serem tomadas para a existência da ruptura.

São citados o general Walter Braga Netto; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos; os generais de brigada reformados Mario Fernandes e Laércio Vergílio; o general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira; e o ex-ministro da defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Kids pretos – Forças especiais do Exército, caberia aos Kids Pretos a missão de prender Alexandre de Moraes assim que o golpe entrasse em curso. A equipe estava sob comando do general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira.

Valdemar Costa Neto – Capitaneou a parceria entre o PL, partido que preside, e o “Instituto Voto Legal” e financiou, financeiramente e com sua posição política, representações judiciais após o pleito de 2022. A parceria entre o partido e o instituto divulgou um relatório falso apontando “indícios de funcionamento incorreto do sistema eletrônico de votação e das urnas eletrônicas”. Valdemar também é apontado de ter facilitado o uso da estrutura partidária do PL por integrantes do núcleo jurídico da tentativa de golpe, responsáveis pela redação da minuta de conteúdo golpista.

Anderson Torres – Ex-ministro da justiça de Bolsonaro, integrou o gabinete do ódio, responsável por produzir e amplificar notícias falsas sobre o processo eleitoral com o intuito de criar “ambiente propício para o Golpe de Estado”, e o núcleo jurídico do golpe, que garantiu assessoramento legal e a redação de minutas que atendessem aos interesses golpistas.

Núcleo de inteligência paralela – Foi responsável pela coleta de dados e informações usados para auxiliar Bolsonaro na consumação do golpe de estado, como o monitoramento de deslocamentos do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que deveria ser preso pelos Kids Pretos. 

Gabinete do ódio – Relatório indica que uma estrutura de produção e divulgação de notícias falsas sobre o processo eleitoral brasileiro foi instaurada, com o intuito de estimular seguidores a atos de ruptura democrática e criar “ambiente propício para o golpe de estado”.

Fazem parte do grupo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; o ex-ministro da justiça de Bolsonaro, Anderson Torres; o major da reserva Angelo Martins Denicoli; o estrategista do presidente da Argentina e responsável por uma live com mentiras sobre o sistema eleitoral Brasileiro, Fernando Cerimedo; o sócio da empresa Gaio.io, parceira do “Instituto Voto Legal” no relatório que dizia apontar “indícios de funcionamento incorreto do sistema eletrônico de votação e das urnas eletrônicas”, Eder Lindsay Magalhães Balbino; os tenentes-coronel Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida e Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros; e o ex-assessor de Bolsonaro, Tércio Arnaud Tomaz.

Articulação internacional – O ideário de extrema direita golpista vem de longe. Um dos alvos da operação foi o padre José Eduardo, de Osasco. Ele foi uma das pessoas treinadas por um radical católico da Espanha que desembarcou no Brasil em 2013 para insuflar militantes com táticas que elegeram Bolsonaro. Allan dos Santos, blogueiro de extrema direita criador do Terça Livre e que hoje mora nos Estados Unidos, fez parte do mesmo grupo.

Filipe Martins, preso na operação de hoje, era assessor para assuntos internacionais da presidência da República e atuava como um chanceler paralelo do governo. Aluno aplicado de Olavo de Carvalho, era entusiasta de Donald Trump e de seu ex-estrategista digital, Steve Bannon.

O gabinete do ódio, relatório da PF indica, também teve a participação do argentino Fernando Cerimedo, responsável por uma live com informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro em novembro de 2022 e, posteriormente, um dos principais nomes da estratégia de campanha de Javier Milei à presidência da Argentina. Foi com base no discurso de Cerimedo que Valdemar Costa Neto sustentou, logo após as eleições de 2022, uma cruzada contra o resultado das eleições.

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