Às vezes parece que há tantas notícias ruins que é difícil saber se devemos correr para o local do problema, gritar a plenos pulmões ou nos esconder debaixo do travesseiro.
No momento em que escrevo este texto:
- A maior parte do Rio Grande do Sul está debaixo d’água, com famílias lutando para sobreviver. Isso, graças a decisões políticas irresponsáveis que aceleram a mudança climática e cortam o orçamento de medidas que diminuíram seus impactos;
- Israel rejeitou uma oferta de cessar-fogo e está lançando sua invasão em Rafah, há muito tempo ameaçada, e o último refúgio para mais de 1 milhão de civis em Gaza. E isso, apoiado por potências estrangeiras, como os EUA, e grande parte da mídia;
- Os golpistas da extrema direita bolsonarista estão se articulando com a extrema direita no Vale do Silício e no Congresso dos EUA para se transformarem em vítimas e heróis, em uma inversão narrativa digna de George Orwell.
E isso não é à toa. Tudo calculado, já que há eleições importantes se aproximando em poucos meses.
Mas, meus amigos e amigas, posso assegurar vocês que, embora às vezes seja sombria, a situação não é desesperadora. Mais do que nunca, precisamos nos unir para botar no holofote tudo o que é corrupto e vil, definir os melhores caminhos a seguir e lutar para que um mundo melhor se torne realidade.
Para cada sinal de escuridão, me comovo por muitos outros sinais de esperança, como a imensa manifestação de solidariedade de todo o Brasil com as vítimas das enchentes no RS. Foi assim também com Mariana e Brumadinho, na pandemia… tem gente boa por aí sim.
Essas pessoas sabem que agora não é hora de desviar nossa atenção e nos escondermos da realidade. Precisamos ajudar as vítimas de hoje e forçar os que estão no poder a se mover para que essas tragédias evitáveis não aconteçam mais.
Foi por isso que fundamos o Intercept Brasil oito anos atrás e é isso que nossa corajosa equipe de jornalistas se propõe a fazer todos os dias no trabalho.
Temos o compromisso de revelar o que os outros não podem ou não querem e apoiar as pessoas corajosas que estão na linha de frente dessas batalhas, enfrentando as forças mais poderosas de nosso país e do nosso mundo.
Nossa redação é única porque é majoritariamente financiada por pequenas doações de nossos leitores, como você. Essas doações nos permitem produzir um jornalismo de alto impacto que não existiria de outra forma e é disponível gratuitamente para todos, ricos ou pobres.
Quando estamos preparando um furo jornalístico, não precisamos temer o que nossos anunciantes corporativos iriam pensar – porque não temos anunciantes!
É por isso que estamos lançando uma ambiciosa campanha de arrecadação em maio: S.O.S. Intercept.
O Brasil precisa de mais jornalismo investigativo e o Intercept Brasil precisa da sua ajuda para contar as histórias que o mundo precisa ouvir. Por favor, contribua com R$ 20 hoje e nos ajude a atingir nossa importante meta.
Olha, infelizmente, está ficando cada vez mais difícil cumprir nossa missão de fazer um jornalismo destemido e sem rabo preso. Os ricos e poderosos, responsáveis pelos problemas que o Brasil enfrenta, estão se unindo contra nossa redação e o jornalismo independente como um todo.
Nosso alcance nas mídias sociais e no Google foi drástica e arbitrariamente reduzido.
Nossa atenção e nossos recursos estão sendo cada vez mais alocados para lutar contra os mais de duas dúzias de ações judiciais. Um claro movimento de assédio judicial para nos calar.
E o financiamento filantrópico para o jornalismo secou de repente desde que o Brasil foi despriorizado quando Lula assumiu a presidência – como se todos os problemas fossem resolvidos de um dia para o outro simplesmente pelo Bolsonaro não estar mais à frente do país.
Como resultado de tudo isso, as doações que recebemos mensalmente dos associados também diminuíram. O que significa que temos menos recursos para nos dedicar a investigações que mudam o jogo. Isso é muito preocupante e ameaça nossa capacidade de permanecer viável.
No entanto, nossa fantástica equipe continua a produzir contribuições valiosas para a sociedade. Mesmo com o cobertor curto nós:
- Revelamos detalhes exclusivos de um grande golpe, parte do projeto global de poder de Edir Macedo na Igreja Universal. E isso mesmo depois de ele ter enviado a polícia de São Paulo para nos investigar criminalmente;
- Demonstramos como os governos estadual do Rio Grande do Sul e federal ignoraram um plano encomendado há mais de uma década que teria salvado inúmeras vidas;
- Expusemos como um projeto de infraestrutura de mineração e agronegócio no Maranhão pretende tomar 87% do território de um quilombo e os moradores nem sequer sabiam;
- Denunciamos abusos chocantes contra crianças autistas em um abrigo em Curitiba, desencadeando nada menos que seis investigações – policiais e administrativas.
E, veja bem, esse é apenas alguns dos trabalhos importantes que fizemos apenas nas últimas duas semanas, mesmo com o orçamento mais apertado do que nunca! Imagine o que poderíamos fazer se apenas 1% dos nossos leitores se tornasse apoiador mensal do nosso jornalismo?
Agora, imagine também quantos abusos, escândalos e crimes não serão denunciados e ficarão impunes se nosso orçamento continuar a diminuir ou, pior ainda, se o Intercept Brasil for forçado a fechar as portas?
Confesso que vamos enviar vários e-mails pedindo apoio no próximo mês, mas, se você fizer uma doação hoje, prometemos que não te enviaremos mais esses e-mails com pedidos, apenas as notícias, análises e informações que mais te interessam. Qualquer quantia é uma grande ajuda.
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Isso nos torna completamente diferentes de todas as outras redações que você conhece. O apoio de pessoas como você nos dá a independência de que precisamos para investigar qualquer pessoa, em qualquer lugar, sem medo e sem rabo preso.
E o resultado? Centenas de investigações importantes que mudam a sociedade e as leis e impedem que abusadores poderosos continuem impunes. Impacto que chama!
O Intercept é pequeno, mas poderoso. No entanto, o número de apoiadores mensais caiu 15% este ano e isso está ameaçando nossa capacidade de fazer o trabalho importante que você espera – como o que você acabou de ler.
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