A man hold a card dispensed from the 'All-Seeing Trump', a fortune-telling fairground attraction bearing the likeness of Republican presidential candidate Donald Trump, in New York on October 12, 2016. There's little love for Donald Trump in his hometown these days, so New York has been both tickled and repelled by a fortune-telling, Trump-in-a-box mocking his offense-dishing campaign for president. The Trump-in-a-box has been made to resemble the Zoltar machine made famous in the 1988 Hollywood movie "Big" starring Tom Hanks. / AFP / William EDWARDS (Photo credit should read WILLIAM EDWARDS/AFP/Getty Images)

Previsões para 2017: Mãe Aleksandra conta tudo

Tempo de acordão no horizonte político brasileiro

A man hold a card dispensed from the 'All-Seeing Trump', a fortune-telling fairground attraction bearing the likeness of Republican presidential candidate Donald Trump, in New York on October 12, 2016. There's little love for Donald Trump in his hometown these days, so New York has been both tickled and repelled by a fortune-telling, Trump-in-a-box mocking his offense-dishing campaign for president. The Trump-in-a-box has been made to resemble the Zoltar machine made famous in the 1988 Hollywood movie "Big" starring Tom Hanks. / AFP / William EDWARDS (Photo credit should read WILLIAM EDWARDS/AFP/Getty Images)

Numa tarde chuvosa do já longínquo dezembro passado, subi as escadarias de uma galeria no centro de São Paulo para, por trás de uma porta sem identificação ou campainha, encontrar Mãe Aleksandra. Ela me recebeu prontamente com um banho de descarrego e uma saudação secreta, coisa de Templários, Maçonaria e Legião Anonymous. Sob uma nuvem de incenso e o olhar ecumênico de santos provenientes de distintos continentes da Terra e quadraturas do Além, a vidente que presta consultoria a gabinetes de Brasília e mansões nos Jardins revelou seus prognósticos para 2017 com exclusividade para o The Intercept Brasil.

Transcrevo abaixo ipsis litteris os trechos marcantes da conversa – abrindo mão de qualquer responsabilidade sobre as palavras da vidente. Como sou cético em dias ímpares, recomendo ler com cuidado para evitar os riscos da auto-sugestão e da compra de yens.

POLÍTICA NACIONAL: “O clima pesou, o mercado cansou: tempo de acordão no horizonte político. Com o arrocho encaminhado, Temer fatalmente cairá – vira um personagem instável e inútil – e vejo a Lava Jato perdendo força, especialmente quando começar a transbordar pro judiciário e pra mídia. Daqui a uns meses: quem tá preso, tá. Quem não tá não vai mais. Reviravolta: a anistia envolverá uma reforma que levará ao parlamentarismo no Brasil, e com o apoio da esquerda. Calma que você já vai entender. Teremos um primeiro-ministro do PSDB. E o próximo presidente, cuja função será meramente decorativa, um anistiado do PT. Você deve imaginar quem. Todo mundo vai ficar feliz, inclusive Sergio Moro, que será Presidente do Senado em 2018. Oposição de verdade vai surgir apenas em 2019, quando estudantes e mulheres ativistas começarem a se organizar politicamente.”

MORTO: “Tem uma morte que vai ajudar a desatar esses nós aí e destravar o tabuleiro. Um nome graúdo da política brasileira vai ser assassinado até o final do ano. Isso vai resolver quase tudo.”

EDUARDO PAES: “Ah, essa aqui vai deixar você feliz: o ex-prefeito Nervosinho da Odebrecht Eduardo Paes vai trocar Nova Iorque pelo xilindró no primeiro semestre de 2017. Até perder o fôlego, a Lava Jato arrasta pelo menos outro prefeito de capital brasileira e dois ex-governadores. E Sergio Guardanapo Cabral vira a década preso, só sai de Bangu quando esquecerem dele.”

RIO DE JANEURA: “O bicho vai pegar no Rio. Revolta da Chicungunha, interventor federal, queda de Pezão. Vejo muitos trilhos em chamas e levante de setores da polícia e bombeiros. Surpresa: com conexões no governo federal, estadual e na polícia, o PCC vai organizar a bandidagem e ser fator estabilizador.”

MUNDO COM TRUMP: “Trump vai ser normalizado pela mídia americana até o fim do ano, pode apostar. Vai virar um fofo. Esse movimento de aceitação vai ser tão forte que, quando ele cair, em 2018, vai ter âncora de televisão e programa de comédia lamentando – e sem ironia. Ao contrário do que todo mundo imagina, a aproximação com Putin e o afrouxamento da presença militar americana vai trazer estabilidade ao acirramento das tensões com a China e a bagunça no Oriente Médio. Qualquer coisa é melhor do que os neo-cons da Hillary, até esse imbecil. Ah, pode ir se preparando pra um mundo com Japão voltando a ter exército pela primeira vez desde 1945 e OTAN fraca das pernas até cair. Mas voltamos a falar disso em 2019.”

EUROPA: “França, Itália, Holanda e República Tcheca têm eleições importantes esse ano. Dois desses países vão ganhar representantes de extrema-direita no poder. Um vai encaminhar um plebiscito sobre a saída da União Européia. A Turquia terá um atentado contra a cúpula do seu governo. Influência russa cada vez maior na Europa, a Alemanha vai ter que recuar. E o Festival Eurovisão deste ano vai ser ganho por um tecladista New Age.”

VIDA: “Não será um bom ano para: se mudar, conhecer pessoas, casar, fazer negócios, aplicações financeiras, se inscrever em concursos, estudar, viajar, cozinhar, estabelecer parcerias, votar, dirigir, atravessar a rua. Será um bom ano para: aceitar.”

EU: “Olha, presta beeeeem atenção nessas besteiras que você anda escrevendo pro The Intercept Brasil, tem uns caras lá que já tão de saco cheio de você, e você pode rodar…”

🚨 O QUE ENFRENTAMOS AGORA 🚨

O Intercept está vigiando manobras eleitorais inéditas da extrema direita brasileira. 

Os golpistas estão de cara nova, com seus ternos e sapatênis. Eles aprenderam estratégias sofisticadas de marketing digital para dominar a internet, que estão testando agora nas eleições municipais.

O objetivo final? Dominar bases de poder locais para tomar a presidência e o congresso em 2026. 

Não se deixe enganar: Bolsonaro era fichinha perto dos fascistas de sapatênis…

O Intercept não pode poupar esforços para investigar e expor os esquemas que colocam em risco nossos direitos e nossa democracia.

Já revelamos as mensagens secretas de Moro na Lava Jato. Mostramos como certas empresas e outros jornais obrigavam seus trabalhadores a apoiarem Bolsonaro. E expusemos como Pablo Marçal estava violando a lei eleitoral. 

Mas temos pouco tempo, e muito mais a revelar. Agora precisamos de recursos para colocar mais repórteres nas ruas. Para isso, precisamos de sua ajuda. Somos financiados por nossos leitores, não pelas empresas ricas que mandam em Brasília.

Faça parte do nosso time para causar o impacto eleitoral que você não verá em nenhum outro lugar! Faça uma doação de qualquer valor ao Intercept hoje mesmo! 

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