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Ajude-nos a encontrar as crianças que o governo Trump separou dos pais

Estamos fazendo uma parceria com outras organizações jornalísticas para reunir informações sobre as crianças em centros de detenção e abrigos de imigração.

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Por mais de um ano, autoridades do governo Trump ameaçaram processar os pais capturados ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos e separá-los de seus filhos no processo. Seu objetivo era a dissuasão.  O governo testou a medida de fiscalização em bolsões ao longo da fronteira entre os EUA e o México durante o segundo semestre de 2017. Por fim, em 6 de abril, o procurador-geral Jeff Sessions instaurou um programa de “tolerância zero” e transformou essa tática em regra por toda a fronteira. Naquele ponto, o número de separações de famílias já ocorridas chegava às centenas. Nas semanas que se seguiram, seriam outras milhares. Bebês, crianças pequenas e solicitantes de asilo foram todos atingidos pela investida.

Recentemente, um juiz federal concedeu uma liminar determinando que o governo comece a reunificar as famílias que separou, mas fica a pergunta: o governo consegue fazer isso? Irá fazer? Quem são essas crianças? Onde elas estão? E onde estão seus pais? Enquanto um exército de advogados desce até a fronteira para enfrentar a crise promovida pelo governo Trump, as organizações jornalísticas ProPublica, BuzzFeed News, The Intercept, Univision News, Animal Político, Plaza Pública e El Faro estabeleceram uma parceria para reunir informações vitais sobre as crianças em centros de detenção e abrigos de imigração.

O governo apresentou contagens divergentes do total de famílias que foram separadas. A sobreposição dos cronogramas dificulta obter um número preciso. Recentemente, o governo alegou que 2.047 das crianças tomadas dos pais depois que o decreto entrou em vigor permanecem separadas. No entanto, estimativas que levam em conta as separações ocorridas antes que a política se convertesse em decreto refletem um impacto mais profundo: The Intercept estimou cerca de 3.700 em junho, e a organização McClatchy noticiou que o verdadeiro total pode chegar a 6 mil. Mesmo depois de voltar atrás quanto a essa política – na sequência de reações intensas e do horror público que se seguiram à divulgação de imagens e gravações de crianças separadas – o governo manifestou pouca clareza quanto ao que deve ser esperado das próximas semanas, comprometendo-se a manter sua política de “tolerância zero”, mas sem responder como isso seria possível sem a detenção em massa de famílias, para a qual não há recursos suficientes, e que violaria um acordo judicial em vigor.

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O que está ainda menos claro é o destino das crianças que já estão sob custódia do governo, e que foram enviadas a dezenas de instituições por todo o país, a milhares de quilômetros de distância de seus pais, que estão detidos e algumas vezes já foram deportados. Surgiram relatórios revelando uma burocracia deliberadamente lançada no caos, em que crianças fugiram de abrigos, tentaram pular da janela de lares temporários, e foram transportadas de avião para o outro lado do país em voos noturnos e levadas pelas ruas da cidade com cobertores sobre as cabeças. Enquanto isso, pais e advogados precisam ligar freneticamente para linhas diretas onde são colocados em espera por horas, e os operadores lhes dizem que não têm nenhuma informação, nem sobre o paradeiro de seus filhos, nem sobre quando voltarão a vê-los.

Se você ou alguém que você conhece sofreu os impactos da “tolerância zero”, queremos saber. Se você conhece uma criança em uma dessas instalações, ou sabe algo sobre uma instalação, clique no mapa acima para preencher um questionário. Para entrar em contato com os jornalistas do Intercept que estão cobrindo a separação de famílias, escreva para [email protected] ou [email protected] Embora The Intercept vá usar essa informação para propósitos jornalísticos, não publicaremos nenhuma informação pessoal identificadora sem o seu consentimento. Se você gostaria de se comunicar de forma confidencial, pode fazê-lo aqui e aqui. Ajude-nos a ter certeza de que cada criança conta.

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