Nesta sexta-feira, 20 de agosto, a Polícia Federal amanheceu na porta de uma dezena de bolsonaristas que vinham liderando um movimento para destituir ministros do Supremo Tribunal Federal a partir do dia 7 de setembro. O “golpista” mais conhecido é o cantor sertanejo e ex-deputado federal Sérgio Reis. Mas talvez o seu aliado mais poderoso seja Antonio Galvan, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, a Aprosoja, um fazendeiro nascido no Rio Grande do Sul e hoje um dos maiores produtores de soja do Mato Grosso.
A investigação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes busca desarticular o movimento golpista. Nas últimas semanas, mergulhamos em grupos de Telegram e WhatsApp e conversamos com pessoas que estão organizando a ação que pretende dissolver o Supremo Tribunal Federal, o STF, e impor demandas como a adoção do voto impresso. E vimos que quem banca essa escalada insana, de acordo com os próprios organizadores, é um dos grupos mais ricos do país: produtores rurais como Antonio Galvan. O agro é pop, o agro é tech, o agro é tudo. Agora o agro também é golpe.
A Procuradoria-Geral da República, a PGR, que pediu a investigação, suspeita que Galvan seja um dos financiadores do movimento golpista. “São doações de particulares para financiar a paralisação planejada por Zé Trovão (suposto caminhoneiro citado por Reis no áudio), possivelmente patrocinada por Antonio Galvan e amplamente divulgada por Wellington Macedo (Youtuber bolsonarista)”, diz um trecho da decisão de Morares citando a PGR a que tivemos acesso.
Galvan chegou a ser cotado para o Ministério da Agricultura do governo de Jair Bolsonaro e apareceu ao lado de Sérgio Reis em um vídeo em que o cantor falava em fazer uma greve para pressionar o Supremo e o Congresso.
Nos chats, encontramos desde registros singelos do apoio ruralista ao movimento golpista, como a panelada de arroz carreteiro com “O agro é Bolsonaro” escrito com catupiry antes de ser servido a militantes bolsonaristas em um acampamento realizado em Brasília em maio, até declarações dos presidentes de associações de fazendeiros, como a Aprosoja, convocando militantes para os atos.
Reis e os sojicultores gravaram o vídeo na sede da Aprosoja, uma mansão de alto padrão no Lago Sul, em Brasília. A região abriga outras entidades de produtores rurais e costuma ser frequentada por parlamentares da bancada ruralista e representantes do agronegócio. Apesar de a Aprosoja negar participar da organização do movimento e se recusar a responder questionamentos sobre o assunto, alguns de seus diretores participam ativamente de grupos que coordenam o movimento – em especial o presidente, Galvan.
De acordo com a decisão de Moraes, Galvan e os demais líderes do movimento não podem se comunicar entre si nem usar redes sociais. Eles também foram proibidos de chegar a menos de um quilômetro de distância da Praça dos Três Poderes e de participar de eventos em ruas e monumentos do Distrito Federal, mas parece que o respeito às ordens do STF não está na pauta do movimento. O ruralista não se abalou com a visita da PF e gravou um vídeo nesta última sexta afirmando que ainda é uma liderança do movimento e vai participar dos protestos.
Os organizadores dos atos querem reunir até 2 milhões de pessoas em Brasília na semana do feriado de 7 de setembro, com a intenção de que 10 mil permaneçam acampadas por até um mês na capital, segundo o habeas corpus impetrado por integrantes do grupo no Supremo para garantir a realização do acampamento. Os custos serão cobertos por ruralistas, incluindo o acampamento e três refeições diárias, que serão realizadas no Rotary Club, de acordo com uma das lideranças do movimento, o caminhoneiro Marcos Gomes, conhecido como Zé Trovão – que também foi alvo da decisão de Alexandre de Moraes. O Rotary, no entanto, negou que tenha cedido o espaço.
“Eles estão doando o tempo deles, paralisando o trabalho deles para lutar pelo país. Para que mais tarde não seja tomado deles o direito de trabalhar e de ter o que lutaram para conquistar”, nos disse o caminhoneiro. Os produtores, segundo ele, têm medo de perder suas posses para o “comunismo”, uma ameaça que nunca existiu concretamente no Brasil, mas já foi usada como desculpa para o golpe de 1964 – e que, com frequência, aparece no discurso do presidente Jair Bolsonaro.
O caminhoneiro começou a ter destaque nas redes nas últimas semanas, anunciando que o agronegócio iria bancar a ida dos militantes a Brasília. Diariamente, ele divulga vídeos informando sobre os preparativos do evento e tenta insuflar o levante. “Se tu tem medo, fique em casa, porque depois o terror vai bater na tua porta. Agora, se tu não quer o terror na tua porta, é hora de se levantar. Sai da tua casa, vamos invadir Brasília, vamos invadir o Brasil. Vamos retomar a nossa liberdade”, disse em um dos vídeos publicados no Facebook.
Um dos trechos do inquérito aberto pela PGR contra Sérgio Reis, Galvan, Zé Trovão e outros integrantes do movimento cita aspas do caminhoneiro nas redes como justificativa para as medidas judiciais contra o grupo – e deixa claro o papel do agro nessa história. Zé Trovão, afirma o documento, “diz ter feito um contato com ‘o agronegócio’, que irá ‘apoiar sua causa’, que pretende ‘levantar empresários’ para ‘custear a viagem’ de populares até a capital federal e que tem a pretensão de ‘salvar o país dessa carniça podre chamada ministros podres do STF’. Afirma que só volta para casa com ‘tudo resolvido'”.
Existem grupos autônomos, que organizam a viagem por conta própria, fazem vaquinhas, pedem ajuda a comerciantes locais ou pedem doações de militantes. O principal canalizador de recursos é o portal Brasil Livre, que possuía uma chave pix divulgada por Zé Trovão e outros líderes do movimento. Bloqueado por Alexandre de Moraes, o pix estava em nome da Coalização Pro-Civilização Cristã, cujo presidente, Alexandre Peterson, também está entre os investigados pela PGR. O grupo chegou a divulgar uma prestação de contas da primeira semana de arrecadação, entre 3 e 9 de agosto: quase R$ 15 mil reais de doadores não identificados.
Parte da organização também é bancada pelo Movimento Brasil Verde e Amarelo, uma união de mais de 100 associações e sindicatos ligados ao agro que já levou 100 mil pessoas a Brasília em 15 de maio em um ato a favor do governo – e chegou até a lotar um avião.
Amarildo dos Santos, um investigador particular catarinense veterano do Exército, é um dos responsáveis pela organização das caravanas do Brasil Verde Amarelo. Em grupos bolsonaristas, ele oferece passe grátis para a manifestação de Brasília: “se você não tem condições de pagar sua passagem, entre em contato comigo”, diz.
Santos, que também comanda o Partido da Mulher Brasileira, o PMB, em Itapema, Santa Catarina, aparece em vídeos explicando o passo-a-passo de como viajar de graça para o 7 de setembro na capital. Por telefone, ele nos confirmou que o movimento “tem o apoio do agronegócio e que, em alguns estados, está bancando ônibus para esse povo ir para o acampamento”.
“Eles [os ruralistas] estão colocando à disposição 2 mil banheiros químicos lá no acampamento em Brasília, com chuveiro, café da manhã, almoço e janta de graça para esse pessoal todo, que é dessa união dos agricultores, onde vamos acampar por tempo indeterminado até o impeachment dos ministros do STF”, acrescentou.
Sobre o vídeo em que aparece oferecendo ajuda para quem não tem como pagar a viagem, ele se justifica dizendo que a gravação é antiga e que a ajuda que oferece é angariada entre apoiadores do movimento. “São pessoas voluntárias que estão cedendo passagens”.
A generosidade dos empresários do agro com o governo federal é recíproca. Nos últimos dois anos, Bolsonaro mandou mais de R$ 121 milhões para associações, sindicatos rurais e cooperativas ligadas ao agronegócio, segundo levantamento que fizemos no Portal da Transparência. Sem licitação, patrocinou mais de uma dúzia de feiras e eventos do setor, como a Agrotec Show Feira Agrotecnológica de Negócios, no Mato Grosso, e a 51ª Exposição e Feira Agropecuária de Castanhal, no Pará.
A maior parte dos recursos saiu dos Ministérios da Agricultura, Economia e Defesa. Destaque para o Comando do Exército, que sozinho investiu três vezes mais verbas nessas organizações que a Marinha e a Aeronáutica juntas.
Está nesta lista, por exemplo, a filial da Aprosoja no Mato Grosso, que no ano passado foi acusada pelo Sindicato dos trabalhadores do sistema Agrícola, Agrário e Pecuário de mal uso de recursos públicos. Na denúncia encaminhada ao Ministério Público do Mato Grosso, o sindicato destaca que a Aprosoja utiliza recursos públicos “travestidos de privados” para patrocinar ações “politiqueiras”. A denúncia acabou não sendo aceita, mas o sindicato afirma que continua analisando o uso de recursos públicos pela Aprosoja
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Com a força do Senhor
O movimento ganhou apoio evangélico na última semana. O pastor Silas Malafaia, um dos maiores expoentes evangélicos do país, também começou a convocar os fiéis para participar de atos e declarou apoio à proposta de Sérgio Reis. Malafaia estará em uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 7, junto de outros pastores.
Cláudio Duarte, pastor da Igreja Batista que tem quase 6 milhões de seguidores no Instagram, disse em uma pregação que o “país está à beira de uma guerra civil”. “Eu não estou potencializando, estou alertando a igreja. Dia 7 de setembro é um dia marcante para o Brasil. Divulgue isso”, afirmou.
Outro defensor do golpe de estado é Dom Werneck, alcunha de Reginaldo Verneque, um youtuber que defende a intervenção militar. Ao contrário dos colegas bolsonaristas, ele e seu grupo detestam o presidente. Eles também querem que o STF seja destituído, mas defendem que o vice-presidente, Hamilton Mourão, assuma o poder. Dom, como costuma ser chamado, já estava na luta pela intervenção militar desde antes da eleição de Bolsonaro e conta que o apoio do agro a intervencionistas acontece desde 2013, quando os primeiros movimentos antidemocráticos começaram a aparecer com certa força no país.
“A última ajuda que teve [de ruralistas], por exemplo, aquela que destacaram a manifestação #euautorizopresidente, que trouxe caminhões, quatro trios elétricos, os produtores ajudaram com R$ 150 cada um que fosse a Brasília. Tinha até dinheiro para lanche”, nos disse.
Cada ônibus fretado custa entre R$ 12 mil e R$ 15 mil para os financiadores, segundo o intervencionista. Nos grupos que organizam caravanas para o 7 de setembro, organizadores diziam que os ônibus já estavam alugados, os custos pagos, e que apenas procuravam pessoas para preenchê-los. Outros recrutadores cobram valores simbólicos para a viagem e asseguram que outras despesas serão cobertas pelo agro.
Ainda de acordo com Dom, ele próprio já recebeu dinheiro e outros mantimentos de ruralistas em atos de anos passados, antes de se separar do movimento bolsonarista. “Churrasco no acampamento, quem dava as carnes era o agro. Mandavam o boi inteiro. Tinha churrasco todos os dias e comida aos montes. O Nabhan que ajudava”, afirmou.
Nabhan é Luiz Anthonio Nabhan Garcia, ex-presidente da União Democrática Ruralista, a UDR, e hoje secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura – ele é o responsável por questões ligadas à reforma agrária. O produtor rural está na lista de “amigos particulares” de Galvan – e de apoiadores do golpe.
Além do apelo de ruralistas e evangélicos, os atos também devem ser inflados por caminhoneiros, que ficarão concentrados no Parque Leão, no Recanto das Emas, em Brasília, e por motoqueiros, que já vinham prestigiando Bolsonaro em motociatas espalhadas pelo país.
Emílio Dalçoquio, dono de uma das maiores empresas do ramo de transportes em Santa Catarina e “amigo pessoal” da família Bolsonaro, é outro que declara apoio ao movimento. Dalçoquio é o fundador da Associação Lux Brasil, grupo que administra páginas e canais bolsonaristas.
A Lux Brasil tem coordenações estaduais e até um representante nos Estados Unidos. No começo de agosto, o grupo organizou uma manifestação em apoio ao presidente e ao voto impresso, em Itajaí, que contou também com a participação do secretário nacional da pesca, Jorge Seiff.
Para garantir que ninguém seja preso durante a manifestação de 7 de setembro, um advogado que se declara assessor jurídico do movimento, Wilson Koressawa, impetrou um habeas corpus coletivo no STF. Se aprovado, o salvo conduto, com validade até 20 de setembro, permitirá que integrantes do movimento possam circular e se manifestar livremente, sem sofrer ameaças ou ordens de prisão. O documento lista 216 nomes e englobaria também terceiros – ou seja, qualquer um que participe da mobilização.
Um dos postulantes a se blindar com o HC é inclusive o cantor Sérgio Reis, que nos últimos dias manifestou publicamente medo de ser preso. Zé Trovão, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio e outros organizadores também querem ser beneficiados.
Curiosamente, o processo foi distribuído primeiro ao ministro Alexandre de Moraes, que é criticado nominalmente na peça por sua atuação no inquérito das fake news e que já levou à investigação e prisão de algumas das pessoas que assinam o HC. Por causa disso, o caso foi redistribuído e agora está nas mãos de Gilmar Mendes – que já se posicionou várias vezes contra movimentos golpistas.
A preparação
Entre julho e agosto, Trovão, Dalçoquio e outras lideranças ligadas aos movimentos bolsonaristas se reuniram em Santa Catarina para traçar “as estratégias”, como definiu o investigador Amarildo dos Santos ao divulgar fotos do encontro nas redes sociais. As reuniões ocorreram nas passagens de Bolsonaro pelo Sul do país para as famigeradas motociatas. Entre os grupos envolvidos, estavam, além do Brasil Verde Amarelo e do Lux Brasil, o B-38, grupo formado majoritariamente por militares da reserva criado na época das eleições que diz ter representantes em 1.200 cidades de todos os estados brasileiros.
Após um desses eventos, em Florianópolis, Bolsonaro lançou a isca. Falou com apoiadores sobre “lutar com todas as armas” e em “dar a vida pela liberdade”. E atacou os ministros do STF em tom de ultimato: “não continuem nos provocando. Não queiram nos ameaçar”.
Em 9 de agosto, um vídeo de Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, começou a circular nos grupos. Na mensagem, o político dizia que o movimento iria “exigir o impeachment de 10 daqueles 11 ministros do STF”. “Esse dia chamar-se-á de independência ou morte”, disse Jefferson, citando a organização de um movimento articulado a partir de Santa Catarina e outros estados. Dois dias depois, foi preso por ordem de Moraes no inquérito 4.874, que investiga organizações criminosas que atuam como milícias digitais.
Com a prisão de Jefferson, coube a Sérgio Reis seguir a linha afrontosa. Em um dos áudios que divulgou, o cantor e ex-deputado diz que almoçou com o presidente e Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro, na presença de generais e ministros — informação desmentida pelo general Braga Neto, ministro da Defesa. Na mensagem, Reis diz que, no dia 8 de setembro, ele próprio entregaria o pedido de impedimento dos ministros do STF ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Sob a orientação de lideranças, os grupos bolsonaristas passaram a se articular para a ida a Brasília em setembro. Um dos grupos mais ativos no Telegram, chamado de Super Grupo B-38 Oficial, que reúne 35.259 membros, realiza reuniões pelo chat do aplicativo diariamente para organizar as caravanas em diversas cidades do país. Acompanhamos o grupo, que segue rito semelhante ao de uma assembleia. Nos encontros, lideranças do movimento dão o tom das discussões, reforçam a necessidade de levar o maior número de pessoas para a capital e avisam que uma invasão ao prédio do STF não está descartada.
“A gente só vai derrubar o sistema se lotar Brasília”, afirmou uma pessoa do grupo identificada como Emerson Augusto em uma das reuniões no chat do Telegram. Na sequência da conversa que acompanhamos, outro membro deixa clara a intenção de confronto. “Se não resolver nas primeiras 72 horas ele [Bolsonaro] joga os caminhões e os tanques nas ruas, trava tudo, e se não resolver a gente entra lá e arranca no dente, na marra, na garra”.
Um integrante do B-38 no Mato Grosso do Sul explicou como as caravanas no estado estão sendo organizadas. “Nós sairemos no dia 4 sem data para voltar, a princípio os nossos ônibus estão pagos até dia 11”. Nessa conversa, as lideranças orientam que mulheres e crianças não participem do movimento.
Os ativistas dizem que Bolsonaro estaria pronto para uma “intervenção militar” com base em interpretação livre do artigo 142 da Constituição. A informação que circula nos grupos foi endossada pelo general da reserva Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI, que declarou em entrevista que o governo está preparado para acionar tal dispositivo.
Só para ter ideia do efeito da cloroquina jurídica, nos grupos de apoiadores a intervenção garantiria “exigências do movimento”: voto impresso e destituição de ministros do STF, reforçadas no habeas corpus enviado ao Supremo.
“Bolsonaro vai criar um Tribunal Militar e elevar as Forças Armadas ao status de poder moderador”, pregam as mensagens que prometem “eliminar o comunismo no Brasil”.
Eles só se esquecem que não há essa previsão na Constituição Federal de 1988. Segundo o jurista Pierpaolo Bottini, professor de direito da USP, há uma interpretação maliciosa do texto. “Esse dispositivo [artigo 142] não determina em momento nenhum que as Forças Armadas intervenham acima dos demais poderes. O que diz é que podem intervir para garantir a ordem, não para moderar, nunca para dar um golpe de estado”.
Bottini emenda que também não é atribuição do presidente pedir a destituição de ministros e que o rito para um impeachment de magistrados da Suprema Corte inclui pressupostos como crime de responsabilidade e instrução de um processo legal, “sem qualquer interferência do Executivo ou das Forças Armadas”. Não que Bolsonaro seja muito afeito a governar dentro das quatro linhas constitucionais.
Atualização – 21 de agosto, 11h
O texto foi atualizado para incluir a íntegra do documento com a decisão de Alexandre de Moraes.
Atualização – 24 de agosto, 17h
O texto foi atualizado para incluir o posicionamento do Rotary Club.
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