O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo, enviou uma mensagem de áudio para um evento suspeito de promover assédio eleitoral em favor do presidente Jair Bolsonaro em uma fábrica de móveis no interior de Minas Gerais. No áudio encaminhado a um dos diretores da Lider Interiores, empresa com mais de 1.400 funcionários localizada em Carmo do Cajuru, no centro-oeste mineiro, Zema faz uma série de críticas aos governos do PT, se diz feliz por a empresa estar envolvida na disputa eleitoral, lamenta não poder estar presente e pede um “crédito para o presidente Bolsonaro”.
A mensagem seria divulgada durante o evento de “Conscientização Política” realizado na quadra da empresa na quarta-feira passada, 19 de outubro. Vídeos e fotos aos quais o Intercept teve acesso mostram centenas de trabalhadores saindo em fila da fábrica rumo ao ato e a linha de produção vazia durante o evento – que acabou cancelado depois de o PT local fazer uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho e agentes do Judiciário irem até o local para acompanhar a reunião.
Procuramos o governo de Minas Gerais e a Lider, mas eles não se manifestaram. Em nota publicada pelo jornal O Tempo, de Belo Horizonte, a empresa nega ter praticado assédio eleitoral, dizendo que somente cedeu o espaço para o Movimento Brasil Acima de Tudo fazer uma reunião aberta a toda a população de Carmo do Cajuru e que a participação dos trabalhadores foi voluntária. A nota afirma também que o jurídico da Lider foi acionado para “tomar as medidas cabíveis” diante da divulgação de “fake news”.
Segundo a secretária nacional de Finanças do PT, Gleide Andrade, uma das principais lideranças do partido em Minas Gerais, todos os envolvidos – inclusive Zema – serão denunciados à justiça. “Ficou evidente o cerceamento ideológico, assédio político e eleitoral e não podemos permitir que isso aconteça num país que se diz democrático. E o que é mais grave, com a anuência do governador”, nos disse ela.
Dados do Ministério Público do Trabalho publicados pelo portal G1 mostram que Minas Gerais é o estado com maior número de casos registrados de assédio eleitoral no ambiente de trabalho. Foram 295 ocorrências contabilizadas até sexta-feira, dia 21.
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