Fuga de cérebros e autoexílio: governo Bolsonaro reacende o trauma da ditadura
Ascensão da extrema direita e crise econômica levam à debandada de pesquisadores e ativistas desde a ditadura. Fuga de cérebros é fracasso de um país.
Ascensão da extrema direita e crise econômica levam à debandada de pesquisadores e ativistas desde a ditadura. Fuga de cérebros é fracasso de um país.
Sem mexer na estrutura da desigualdade social, o lulismo, aliado à crise econômica, gerou o vácuo de onde emergiu Bolsonaro.
Apoio ao governo só se mantém firme entre os mais velhos e no sul do Brasil, diz novas pesquisas do Datafolha e do Ibope.
Após a Vaza Jato, existe uma parcela do eleitorado que deixará de apoiar Bolsonaro e Moro porque não compactua com imoralidades nem dá seu apoio a qualquer preço.
Como o pensamento misógino de Jack Donovan encontra eco entre brasileiros ressentidos com a perda do papel de provedor.
Vozes
A dor de dente só massacra os pobres no Brasil, que perdem o direito de sorrir. O país com mais dentistas no mundo é também país dos banguelas.
Com 2 mil greves por ano, as condições de trabalho na China só melhoraram porque os trabalhadores foram para as ruas – e para as redes.
Em pesquisa em periferia urbana, detectamos que os eleitores foram seduzidos por uma mudança radical que não veio. Agora, sobrou desilusão.
Articular forças deveria ser o foco do campo progressista para barrar retrocessos. Mas estamos perdendo a disputa narrativa com as bases populares.
Bolsonaro não vai conseguir mudar sua imagem no exterior de racista e ditador porque ela reflete exatamente o que ele é.
Como Bolsonaro se elegeu usando as mesmas táticas de Trump, seu ídolo. Ambos fazem parte da tradição da política como espetáculo.
Como Bolsonaro conseguiu atiçar a ira latente das elites brasileiras incluindo feministas, esquerdistas e LGBTs no grupo a ser combatido.
Paulo Freire e seu método crítico são a principal referência na formação de professores das melhores universidades do mundo.
Contra feministas e minorias, a onda reacionária no Brasil e no mundo é uma resposta a avanços que vieram para ficar.
Bolsonaro não percebeu, mas trabalhadores já fizeram a sua escolha – e há tempos: ou mais direitos ou informalidade.
Um manual para entender as revoltas ambíguas do século 21.
Comunistas perseguiram professores e artistas em nome da ordem.
As forças progressistas têm uma oportunidade de se reinventar e aprender a ler a frustração popular que elegeu Bolsonaro.
Ainda existem muitos eleitores que pensam em votar no candidato, mas não aderiram totalmente à lógica de seita que se propaga nas redes.
Passei 14 dias lendo mensagens de apoiadoras do candidato, que cresceu 6% entre as mulheres de acordo com a última pesquisa Ibope.